top of page
blogdojucem

Transportadoras querem faturar alto com seca recorde inviabilizando comércio e indústria


As principais operadoras de logística internacionais, a MSC e a Maersk, anunciaram que vão cobrar a partir de agosto uma taxa extra de US$ 5 mil e US$ 5,9 mil respectivamente por contêiner transportado para Manaus ou de Manaus para qualquer parte do mundo por conta da seca dos rios da Amazônia.


A taxa extra, chamada de Low Water Surcharge (LWS), é uma rotina deste mercado, mas o que chamou atenção neste ano é o início da cobrança antes da temporada de seca e com o anúncio, para esta sexta-feira (5), da empresa que fará a dragagem dos pontos críticos para a navegação nos rios do Estado, o que em tese resolveria o problema da pouca água para a navegação.


Outro agravante desta taxa extra cobrada neste ano é que no auge da seca do ano passado, que foi recorde, a “taxa foi de apenas US$ 2,1 mil”, portanto as operadoras praticamente dobraram o preço e com isso elevaram para aproximadamente US$ 16,5 mil o custo do contêiner transportado para Manaus ou de Manaus para outros portos.


O valor de US$ 16,5 mil representa 40% do faturamento bruto de uma carga transportada, que é de aproximadamente US$ 45 mil. Com isso, somente com logística as empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus perdem as vantagens comparativas concedidas pelos incentivos fiscais da Zona Franca.


Na reunião do Conselho de Administração da Suframa, o secretário de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado, Serafim Corrêa, denunciou o caso ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e pediu providências do Governo Federal.


“É preciso registrar também que além disso , fretes de US$ 3,5 mil passaram para US# 11,5 mil, que somados a taxa (LWS), derrubam todos os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus. As operadoras estão se aproveitando de um momento que nem aconteceu ainda para ganhar dinheiro e isso temos de repudiar. Espero das autoridades federais uma providência mais dura em relação as operadores de navegação“, disse Serafim.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, Antônio Silva, reforçou que essa situação está importunando toda a classe produtora e cobrou uma ação do MDIC para dar uma solução para um problema que preocupa toda a classe empresarial do Amazonas.


O presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Bruno Pinheiro, disse que há uma cobrança abusiva das operadoras em face do Amazonas não ter uma alternativa rodoviária pela BR-319 (Manaus-Porto Velho) e previu que haverá uma inflação anormal dos preços de produtos e serviços, inviabilizando a atividade econômica da região mesmo com os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus.


“Ter um aumento dessa grandeza, num período de estiagem quando a atividade econômica diminui naturalmente, vai impactar os municípios. A quanto vai chegar o preço de uma mercadoria em uma cidade como São Gabriel da Cachoeira?”, questionou Pinheiro.


O empresário reforçou que a ACA já manteve contato com autoridades e políticos com o intuído de cobrar as operadoras, pois no entendimento da classe esses aumentos são abusivos.


O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDLM), Ralph Assayag, também acusou as operadoras de transportes de quererem auferir lucros abusivos com uma situação que ainda nem se configurou e assim inviabilizar o ambiente de negócios em Manaus.


“Estão aproveitando um momento de muitas dificuldades para tomar vantagens”, reclamou Assayag, acrescentando que o isolamento do Estado representa um “super imposto” que o Brasil nunca discutiu, mas que é hora de colocar na pauta.


“A defesa pela manutenção da floresta e o imposto invisível de logística, impõe ao Brasil o dever de tratar essa região de maneira diferente”, defendeu Assayag.

0 comentário

Comments


Blog do Jucem Rodrigues
bottom of page