O Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma) encaminhou um ofício para as distribuidoras de combustível que operam no estado, solicitando apoio e auxílio imediato para reduzir os prejuízos provocados pela ação dos ”piratas dos rios”. A entidade afirma que se o acordo entre distribuidoras e transportadoras não for concretizado, a categoria poderá paralisar suas atividades em 10 dias, por falta de condições de continuar operando.
De acordo com o Sindarma, somente em 2022 os prejuízos causados pelos piratas dos rios, passam de R$ 20 milhões.
No ofício, a entidade reivindica que a contratação e o pagamento dos seguros das cargas pelas sejam feitos próprias distribuidoras, uma vez que as seguradoras estão se recusando a fazer novos acordos diretamente com as empresas contra roubos e assaltos por conta da grande incidência de ocorrências registradas nos rios amazonenses nos últimos anos.
O Sindarma pede também que as distribuidoras arquem com o pagamento das escoltas de segurança que acompanham as embarcações (e representam quase o dobro do valor das tripulações dos barcos). Atualmente os seguros e as escoltas são feitos pelas transportadoras.
”Não queremos chegar neste ponto, mas não temos mais condições financeiras e humanas de continuar navegando porque todo o prejuízo está recaindo somente para as transportadoras e estamos com dificuldade até de formar a tripulação porque ninguém vai arriscar a vida em certas rotas fluviais sem o apoio mínimo de uma escolta de segurança”, alertou o presidente do Sindarma, Galdino Alencar Júnior.
Transportadoras vivem momento difícil
O vice-presidente da entidade, Madson Nóbrega acrescentou ainda que por conta dos prejuízos acumulados e da falta de seguro para as cargas, as empresas transportadoras passam por um momento de grande dificuldade financeira e que uma possível paralisação da categoria também iria afetar o abastecimento nos estados vizinhos do Acre, Rondônia, Roraima e Oeste do Pará.
”Neste cenário, muitos empresários já estão revendo se continuam com suas atividades porque as perdas são muito grandes. Somente no último ataque dos piratas (na semana passada) foram mais de 1 milhão de litros de gasolina que terão que ser pagos pela própria empresa e ninguém sabe quem será o próximo a ter um prejuízo que não poderá arcar”, afirmou Nóbrega.
Após o envio do documento, duas das cinco maiores distribuidoras de combustível que atuam no Amazonas, já se manifestaram disponíveis para negociar com o Sindarma concordando com o pagamento das escoltas e dos seguros de suas cargas.
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