Símbolo da má gestão no Amazonas, obra do Hospital do Sangue se arrasta há 10 anos, sem previsão de entrega

A obra do Hospital do Sangue, localizado na avenida Pedro Teixeira, no bairro Dom Pedro, zona Centro-Oeste de Manaus, se arrasta desde junho de 2014, depois de enfrentar inúmeras interrupções ao longo dos anos, sendo retomada e paralisada diversas vezes. É o maior símbolo da má gestão da Saúde no Amazonas, tendo passado pela gestão de quatro governadores.

O projeto foi motivado a partir do progresso anual da demanda no Hemoam (Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas) e, consequentemente, pela superlotação e sobrecarga da instituição. De acordo com informações da instituição, “o Hospital deverá contar com 15 mil metros quadrados e aumentará em até seis vezes a capacidade atual de assistência hematológica e oncohematológica do Amazonas”, como consta no site institucional.

Em 2019, o governador Wilson Lima afirmou que a obra seria entregue em 2020, o que não se concretizou. Em abril de 2023, quando completou 100 dias do segundo mandato à frente do Poder Executivo Estadual, o governador voltou a prometer novamente que entregaria a obra no primeiro semestre deste ano, o que também não aconteceu.

Ainda em novembro de 2023, três reuniões foram realizadas pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) para a definição de um novo cronograma para retomada das obras, pagamento pendente e finalização dos últimos procedimentos necessários para a inauguração do prédio, que segue sob incertezas mesmo após 10 anos.

Pacientes e profissionais do Hemoam fizeram um protesto, em 2023, pedindo a conclusão das obras e a entrega do Hospital do Hemoam, também conhecido como Hospital do Sangue.

Para tentar resolver o impasse, o deputado Wilker Barreto (Mobiliza), que lamentou o descaso com a obra, sugeriu que o orçamento de 2025 inclua uma emenda coletiva dos deputados estaduais que destine os recursos necessários para finalizar a obra e desafogar a estrutura atual do Hemoam.

“É inimaginável que esse Hospital do Hemoam passará mais um ano como um elefante branco em frente ao (Centro de Convenções) Vasco Vasques, que foi iniciado e concluído depois dele”, afirmou.