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Sob pressão, Marina Silva anuncia duas aeronaves e 100 brigadistas para o AM


A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, disse nesta sexta-feira (13), que o governo federal enviará mais 100 brigadistas e duas aeronaves para ajudar nas ações de combate aos incêndios florestais no Amazonas. A edição mais recente do “Boletim Estiagem” apontou, nessa quinta-feira (12), que dos 62 municípios do Amazonas, 50 já estão em situação de emergência.


Outros 10 municípios estão em situação de alerta e apenas dois estão em normalidade. De primeiro de janeiro a 11 de outubro, 17.506 focos de calor foram registrados em todo o Amazonas. A Região Metropolitana de Manaus (RMM) concentra 13,98% desse total, o que equivale a 2.446 focos de incêndio, e só perde para a Região Sul do Amazonas, que registrou 55,07%, 9.637 focos até agora.


Segundo Marina, o governo está atuando em várias frentes: humanitária, saúde, logística, dragagem de rios para resolver o problema na navegabilidade e na área de energia.


“Temos, neste momento, no estado do Amazonas, 200 brigadistas e estamos movimentando mais cem brigadistas. Será um total de mais de 300 brigadistas que ficarão à disposição do estado para este trabalho”, disse.

A ministra disse que o ministério também disse que disponibilizou especialistas para ajudar nas ações de planejamento, porque segundo Marina, combater incêndios florestais demanda competência técnica.


Outra medida é a atuação da Força Aérea Brasileira para entregar kits solicitados pelo governo estadual que devem chegar até este sábado (14). Segundo Marina, serão disponibilizadas mais duas aeronaves para ajudar no combate ao fogo.


Evento de extrema gravidade


A ministra explicou que o problema decorre de uma junção de mudança do clima com o El Niño e uma série de consequências de caráter de natureza econômica, social e ambiental.


“É uma situação de extrema gravidade porque é um cruzamento de três fatores: a estiagem extrema provocada pelo fenômeno El Niño, agravada pelo problema da mudança do clima, abundância de matéria orgânica ressecada, ateamento de fogo em propriedade particulares e dentro de áreas públicas de forma criminosa”, afirmou.

As ações criminosas demandam duas frentes de combate no Sul do Amazonas, dentro de terras públicas federais e no entorno de Manaus, sobretudo, na região do Careiro e de Autazes, onde há grandes focos de calor.


Marina afirmou que, além das ações do governo, será necessária a conscientização da população para cessar a prática das queimadas. “O que nós temos, hoje, é uma situação bastante perigosa. Temos uma estiagem prolongada e uma matéria orgânica acumulada completamente ressecada. Não adianta as pessoas acharem que é apenas mais um que está colocando fogo”, disse.


Segundo Marina, a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é que, em parceria com o governo, sejam usados os meio necessário nessa situação adversa, porque não havia no governo anterior.


“Fizemos a medida provisória para a locação de recurso extra para as ações de combate ao desmatamento e queimadas, e mesmo com uma redução de 64% no estado do Amazonas, do desmatamento, nós ainda temos uma situação de bastante dificuldade. Imagine se tivesse mantido o padrão que tínhamos no ano passado, porque o principal vetor das queimadas é o desmatamento. Não existe fogo natural na Amazônia — ou ele é feito por criminosos, ou é a transformação da cobertura vegetal para determinados usos e depois o ateamento de fogo”, concluiu.
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