Um Procedimento para Apuração de Dano Coletivo (PADAC) com o objetivo de apurar possíveis violações de direitos humanos no sistema prisional de São Gabriel da Cachoeira foi instaurado pela Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), no último dia 22 de março.
Desde que o Polo Alto Rio Negro da DPE-AM foi instalado no município, em 2021, várias visitas têm sido feitas pelos defensores, vêm constatando irregularidades na carceragem da delegacia de São Gabriel da Cachoeira.
Como não há um presídio, no município, todos os detentos ficam na delegacia do município, que não tem nenhuma estrutura. “Por exemplo, eles não têm direito a banho de sol porque não há um pátio na delegacia. As condições estruturais também são péssimas, problemas de infiltração, na rede de esgoto”, conta a defensora Danielle Mascarenhas.
A Defensoria solicitou informações à Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) sobre a realização de adequações estruturais, em caráter emergencial, na delegacia de polícia no município e o cumprimento da Recomendação Conjunta nº 05/2021, expedida com a Defensoria Pública da União e o Ministério Público Federal em dezembro de 2021 após visita à unidade.
O documento recomenda aos órgãos competentes que adotem medidas quanto aos problemas estruturais identificados da Delegacia e às garantias de direitos dos custodiados, como banho de sol e atendimento médico.
A Defensoria também considerou que a Convenção Americana sobre Direitos Humanos dispõe expressamente, em seu artigo 5º, sobre o direito à integridade pessoal, prevendo expressamente o dever de se observar a dignidade inerente ao ser humano da pessoa privada de liberdade.
“São oito celas e a única coisa que eles têm direito é, a cada dia da semana, uma cela é aberta e os presos podem andar pelos corredores da própria carceragem, sem nenhum acesso à luz do dia”, completa a defensora.
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