Saiu o ranking dos finalistas do 3º Prêmio Megafone de ativismo. E, nessa lista seleta, dentre as mais de mil inscrições, o Amazonas está representado por seis trabalhos envolvendo arte, denúncia e ações de intervenção direta na sociedade amazônica e brasileira.
Os temas meio ambiente e clima são os destaques Megafone 2024. Os vencedores serão conhecidos na próxima segunda-feira, 1º de abril.
Na categoria Ação Direta, um dos finalistas é a coleta de lixo feita no rio Negro, no município de São Gabriel da Cachoeira (AM).
Fruto da mobilização da Rede Wayuri de Comunicadores Indígenas, a ação coletou seis toneladas de resíduos que ficaram expostos com a seca do Rio Negro.
Desse modo, o Amazonas levou ainda ao prêmio, a imagem captada pelo fotógrafo Edmar Barros, mostrando centenas de peixes mortos na reserva de desenvolvimento sustentável (RDS) Lago do Piranha, em Manacapuru.
O fenômeno ocorreu durante a seca extrema, em 2023, devido à falta de oxigênio e às altas temperaturas da água.
Na categoria ‘Arte na Rua’, está classificado para a final o trabalho do coletivo MenstRUA. Em Manaus, o grupo ativista produziu mais de 80 lambes (cartazes), afixados em pontos no centro da cidade. A ação teve por objetivo chamar atenção para a causa da dignidade menstrual.
Por outro lado, um vídeo de Rita de Cássia Alfaia Dantas, de Manaus, figura na categoria “Meme”. Por meio de um diálogo, baseado nas corriqueiras reclamações sobre o tempo, o trabalho alerta para a crescente inconstância do clima.
PUBLICIDADE
Organização indígena
Também concorre à final do prêmio Megafone o perfil em redes sociais da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
Criada há 34 anos, para unir e fortalecer a Amazônia indígena, a Coiab usa suas redes sociais como um hub com recursos às populações que representa: notícias, mobilização e captação de recursos.
E na categoria “Reportagem”, outro trabalho finalista é a matéria que descreve como foi a realização da primeira ballroom indígena da Amazônia, uma noite de celebração e exaltação da cultura originária LGBTQIAPN+.
De autoria de Nicoly Ambrósio, a reportagem foi publicada na Agência de Jornalismo Independente Amazônia Real.
Perfil dos inscritos
O perfil de quem fez as inscrições também é bastante revelador de quem precisa lutar por seus direitos no Brasil. Mais de dois terços (67%) foram feitas por pessoas não brancas – percentual semelhante (63%) às inscrições que foram feitas por mulheres cis e trans.
A juventude entre 16 e 30 anos respondeu por mais da metade (56%) das inscrições.
E a região da Amazônia Legal, alvo constante de conflitos, representou 47% do total.
“O Prêmio Megafone é como um grande holofote que lança luzes na encruzilhada entre o ativismo e a arte. Além da relevância das causas abordadas, há muita criatividade para tornar as mensagens atrativas e engajadoras. É essa criatividade, essa emoção, essa garra para lutar por um país melhor que temos homenageado desde nossa primeira edição, em 2022”, afirma Digo Amazonas, da equipe de organizadores do prêmio.
Megafone Ativismo
A coalizão megafone tem os seguintes membros: Pimp My Carroça, Instituto Socioambiental (ISA), WWF Brasil, Engajamundo, Sumaúma Jornalismo, Associação Intercultural de Hip-Hop Urbano da Amazônia (AIHHUAM), Hivos Brasil e Vozes Pela Ação Climática Justa (VAC).
O prêmio aos vencedores é troféu. Além de toda divulgação promovida pelo Prêmio Megafone, o premiado de cada categoria receberá pelo correio: um megafone customizado; o troféu do Megafone e mais brindes da coalização.
“Os troféus são interessantes porque são feitos pelo artista Mindano. A cada ano, eles têm uma característica própria, como uso de material da cultura indígena, por exemplo, como foi o caso da edição do ano passado”, conta Digo Amazonas.
Comments