top of page

Padre diz que Sul do Amazonas está dominado pela pistolagem que protege os desmatadores e acusa políticos locais de colaborarem para a destruição


O padre Éder Carvalho Assunção, pároco da Paróquia São Sebastião e São Francisco da Prelazia de Lábrea (AM), afirmou ontem que em Pauini, Lábrea, Canutama e Tapauá o Estado se faz ausente, sobretudo nas regiões isoladas onde habitam os povos originários e populações tradicionais. Isso tem acarretado muita destruição da floresta no sul do Amazonas, “Não bastando o Agronegócio com a desgraça do desmatamento e da monocultura, protegidos pela pistolagem e pelos políticos das região que assumem um versão atualizada do coronelismo de barranco, basta pedir os relatórios das secretarias municipais de Meio Ambiente destes municípios para se perceber a ação direta dos governantes e legisladores locais (prefeitos e vereadores) na destruição do Bioma”, afirma.


Ele fez as declarações a propósito da operação Greenwashing, deflagrada pela Polícia Federal para investigar uma máfia que manipulava a venda de créditos de carbono, que invade terras públicas e territórios dos povos originários e populações tradicionais com um “discurso verde”. Segundo o religioso, essa onda verde só se encontra no lucro em dólares de multinacionais e seus “beneficiários”.


” A farra da grilagem de terra nos cartórios da região não é de agora. Tentam monetizar o termo ´sustentável´ através da apropriação dessas terras através da emissão de Cadastro Ambiental Rural (CAR), sem protocolo de consultas às comunidades, com omissão criminosa dos órgãos de fiscalização federais, estaduais e municipais. Crédito de carbono é história para boi do agro dormir. Precisamos de políticas públicas para os Povos Originários e Ribeirinhos do Purus, únicos agentes responsáveis pela conservação do Bioma nesta região”, acrescenta o padre.

O Purus e seus afluentes neste exato momento estão invadidos de empresas de geo-referenciamento, realizando assim uma nova forma de violência contra o bioma. “Crédito de carbono? Quer dizer que os povos que são beneficiados com a floresta em pé no sul do Brasil e outros países estão em débito com os povos da Amazônia?”, conclui ironicamente o religioso.

0 comentário

Kommentare


Blog do Jucem Rodrigues
bottom of page