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Navio de assistência hospitalar inicia jornada a caminho da calha do Rio Negro


Foi na tarde deste domingo (29), que o navio de assistência hospitalar Soares Meirelles começou a jornada a caminho da calha do Rio Negro para a 3ª Edição da Operação Humanitária de Cirurgia de Catarata e Doação de Óculos. Os pólos que os médicos militares e civis atenderão são: Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e Novo Airão. A missão é coordenada pela Marinha do Brasil, Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e demais instituições públicas e privadas.


“Levando até o lema do nosso navio ‘Saúde com dignidade’ no próprio sentido da isonomia de dignidade, você poder tratar o seu igual de forma igual, eu acho que é essa a importância da ação. Existe até um ditado ‘os olhos são a janela da alma’, então a gente poder levar um pouquinho mais de acalanto, de conforto ao nosso ribeirinho tão desassistido, eu acho que é essa magnitude do projeto”, ressaltou o comandante do navio, o capitão de corveta da MB José Lauro Motta de Oliveira.


O coordenador local do Projeto Amazônico Oftalmologia Humanitária e médico oftalmologista, Jacó Cohen, explica que o trabalho é de inclusão social. Segundo ele, ao menos 300 cirurgias de catarata serão realizadas durante os quase dez dias de missão pelo Rio Negro e quatro mil óculos devem ser doados à população que moram nestes municípios.


“As diferenças econômicas e financeiras é muito grande. Manaus tem 250 oftalmologistas, o interior não tem nenhum. Em Manaus, se faz 200 cirurgias de catarata por mês e no interior não se faz nenhuma. Então, esse projeto é de cidadania, por que nós trazemos uma quantidade grande profissionais, a indústria nos dá os equipamentos, a Marinha do Brasil que nós dá um suporte de navio”.


O médico oftalmologista Fernando Macei Drudi explica a causa da catarata e as razões pelas quais o Amazonas tem incidência da doença. “A gente acredita que o Amazonas tenha a catarata por conta da incidência solar aumentada e a catarata (no AM) apresenta uma dificuldade maior que os lugares, geralmente os olhos são pequenos, as cataratas são muito endurecidas e isso faz com que você tenha mais dificuldade técnica no procedimento”.


O navio Soares Meirelles tem uma tripulação de 48 militares entre médicos oftalmologistas, enfermeiros e de outras especialidades, e 12 médicos oftalmologistas civis. O retorno dos profissionais à Manaus está marcado para o dia 8 de junho.


O Projeto Amazônico Oftalmologia Humanitária é promovido pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) em parceria com o Instituto Paulista de Estudos e Pesquisas em Oftalmologia (Ipepo/Unifesp), Fundação Piedade Cohen (Fundapi), Sociedade Amigos da Marinha (Soamar) e indústrias parceiras.

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