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Na Câmara Municipal, entregadores do delivery dizem que até vizinho de vereador os convidava a subir


Durante audiência pública realizada ontem na Câmara Municipal de Manaus (CMM) para discutir a regulamentação do serviço de delivery em domicílio, uma das lideranças dos entregadores chegou a afirmar que o vizinho de um vereador exigia que colegas subissem ao apartamento e oferecia dinheiro em troca de sexo. O episódio é simbólico para explicar por que a categoria quer colocar em lei que não existe a obrigatoriedade da subida a apartamentos para concluir o serviço.


De propositura da Comissão de Finanças, Economia e Orçamento (CFEO) da Casa Legislativa, a audiência reuniu entregadores, autoridades e representantes de condomínios.


A audiência foi presidida pelo vereador Caio André (Podemos) para tratar sobre o Projeto de Lei nº 417/2023, de autoria do vereador Rodrigo Guedes (Podemos). O projeto havia sido rejeitado pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) em agosto e voltou a ser discutido após o parlamentar alcançar 17 assinaturas para a matéria ser desarquivada e retornar à tramitação, conforme previsto no Regimento Interno.


“Nós precisamos ouvir a categoria, estamos imbuídos no sentido de protegê-los, de criar uma lei que atenda exatamente os anseios mais prementes da função que eles exercem, que é a prevenção de crimes contra eles. Estamos buscando soluções para que amadureça um Projeto de Lei que não tenha vícios e busque a constitucionalidade”, afirmou o presidente da Casa, vereador Caio André.


O autor do Projeto de Lei, Rodrigo Guedes, destacou que uma lei tornaria mais clara a relação entre cliente e os entregadores de produtos, além de trazer mais segurança aos trabalhadores. Ele pontuou problemas sofridos pelos entregadores como agressões físicas e verbais.


“Este projeto nasceu a partir de inúmeras reuniões com os entregadores da cidade de Manaus e a partir de uma equipe técnica composta por advogados, inclusive com vários projetos em outras cidades posteriores ao nosso. Nós temos uma proposta de regulamentação das inúmeras situações que acontecem na prática na vida dos entregadores”, afirmou o parlamentar.

É o caso do entregador Kelvin Cley, representante da categoria. Na tribuna da Casa, ele elencou as dificuldades vividas pelos motoboys, e também pediu apoio aos parlamentares para que o projeto seja aprovado ou receba as modificações necessárias por meio de emendas.


“O que nós pedimos é mais segurança. Eu peço aos senhores que vejam esse projeto com o coração porque isso é um pedido dos trabalhadores: nos ajudem a aprovar a lei. Para alguns não é importante, mas para nós sim”, disse ele.


Projeto


O projeto define regras para a entrega de comidas e bebidas em condomínios residenciais, edifícios e salas comerciais compradas por meio de aplicativos de delivery ou por telefone.


Pelo PL, as entregas em condomínios de edifícios e salas comerciais deverão ser feitas na portaria ou térreo. Em casos de condomínios residenciais, ficaria permitida a circulação para entrega em domicílio, seguindo o regimento interno de cada condomínio.


No final da audiência, o vereador Marcel Alexandre (Avante), presidente da Comissão de Finanças, Economia e Orçamento, afirmou que devolverá o PL 417/2023 para a CCJR a fim de uma nova análise da constitucionalidade.

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