Documento assinado por 80 organizações, entre eles Greenpeace Brasil; instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé); Observatório do Clima; Observatório do Petróleo e Gás (OPG); OCEANA; Vozes do Planeta e WWF-Brasil, enviado a representantes do governo Lula, pede um estudo ambiental antes da exploração de petróleo na foz do Amazonas, enquanto não for realizada Avaliações Ambientais de Área Sedimentar (AAAS), um tipo de avaliação estratégica.
Ambientalistas defendem que a licença de exploração não ocorra antes de uma análise multidisciplinar, com abrangência regional, para verificar os possíveis impactos na extração do ‘novo pré-sal’.
Segundo Marcus Nakagawa, coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental (CEDS) e professor de Responsabilidade Socioambiental, Sustentabilidade e Ética da ESPM, o desenvolvimento sustentável é fundamental para o Brasil. “Tomar decisões puramente por meio de questões econômicas e não levando em consideração questões técnicas e de conhecimentos dos impactos ambientais e sociais podem causar grandes prejuízos ao meio ambiente. Isso é um modelo antigo de gestão”.
A costa amazônica é um local estratégico para a conservação da biodiversidade e caso a exploração seja autorizada sem avaliar os critérios técnicos ambientais, poderá afetar no aumento das emissões de gases de efeito estufa e retirar investimentos destinados a fontes de energia renováveis para campos de petróleo.
“Tanto a ministra de Meio Ambiente, Marina Silva, quanto Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, sinalizaram a necessidade de avaliação integrada da bacia da foz do Amazonas. Nesse cabo de guerra, na outra ponta está o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), que defende que as avaliações técnicas do Ministério indicam ser possível o desenvolvimento sustentável na região. Questões ambientais não devem ser analisadas por lucro e pelo lucro, pois esse critério já não são faz mais parte da modernidade”, diz Nakagawa.
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