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Manejo de pesca rendeu mais de R$ 3,5 milhões a comunidades no AM, aponta relatório


Relatório de projetos de manejo dos recursos pesqueiros nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), Amanã (RDSA), em 2021, aponta que o manejo de pesca rendeu a pescadores da região do Médio Solimões, um faturamento bruto total maior que R$ 3,5 milhões, envolvendo a pesca do gigante amazônico pirarucu (Arapaima gigas), tambaqui, entre outras espécies. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).


De acordo com o relatório, subtraindo o custo operacional desprendido para a atividade, o faturamento líquido para as comunidades no ano de 2021 está na ordem de R$ 3 milhões.

Ao todo, foram mais de mil pessoas beneficiadas com a pesca na região.


Somente de pirarucu, a comercialização de pouco mais de 9 mil peixes resultou em um faturamento de R$ 3,1 milhões, com o pescado vendido a um preço médio de R$ 6,45 o quilo, beneficiando diretamente 956 pessoas – entre homens e mulheres. A maior parte da produção do pescado (86,4%), foi comercializada para o mercado regional estadual (Manaus, Manacapuru e Parintins), 9,6% foi comercializado para o mercado interestadual (Santarém/PA, Itapoã e Oeste/RO) e 4% da produção foi comercializada para o mercado regional local (Tefé, Alvarães e Maraã).


No ano de 2020, o manejo de pesca rendeu um faturamento bruto de R$ 3,3 milhões, e líquido de R$ 2,9 mi. Já a comercialização de pirarucu rendeu um total de R$ 2,7 milhões, com o pescado vendido a um preço médio de R$ 4,95 naquele ano.


Coordenadora do PMP, Ana Claudia Torres atribui o resultado de 2021 a retomada da agenda com as comunidades, especialmente com o avanço da vacinação contra a Covid. No entanto, ela observa que o resultado não foi maior, em virtude da doença de Haff, conhecida também como doença da “urina preta”, que atinge determinados peixes como o tambaqui.


“Os grupos conseguiram implementar todo o plano de trabalho que estava previsto, e isso ajudou no que apontamos como uma fragilidade em 2020 - que foi uma desarticulação das comunidades, onde perderam um pouco o ritmo de se reunir e de planejar, - isso não aconteceu em 2021. Eles retomaram a agenda de reuniões, discutiram, afinaram seus planejamentos, e atribuo a isso a retomada da captura da cota acima de 90%, o bom faturamento, que inclusive poderia ter sido melhor se não fosse a doença de Haff, pois eles poderiam ter produzido mais tambaqui e outras espécies. Esse talvez tenha sido o fator que impactou, e que poderia ter resultado em um faturamento maior”, afirma a coordenadora, por meio da assessoria.


E a retomada de agendas com as comunidades pode ser refletida nas capacitações. Enquanto que no ano de 2020 o número de pescadores e de pescadoras que receberam treinamento foi de 48, no ano passado o número subiu expressivamente para 248 pessoas capacitadas.


O relatório técnico elaborado anualmente descreve o processo de gestão das organizações que integram os coletivos de manejo nos projetos que acontecem sob a coordenação e apoio técnico do Instituto Mamirauá. Entre os dados que constam no relatório, estão a quantidade de treinamentos realizados, resultado das contagens de pirarucu, além dos dados e pesca e comercialização de pirarucu e demais espécies. Além de apresentar os resultados de 2021, o relatório também subsidia o pedido de autorização de pesca para 2022 – o documento está pleiteando a autorização para uma cota de 13.505 pirarucus para o próximo ano.


"Importante ressaltar que, os projetos de manejo que são assessorados pelo Instituto Mamirauá, visam a conservação do pirarucu e seu uso sustentável em ambientes naturais através do manejo participativo, aliando o conhecimento tradicional ao científico", diz o Ministério.

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