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Manaus registra 136 casos de hepatites virais no primeiro semestre de 2023


Manaus registrou 136 casos de hepatites virais só no primeiro semestre do ano, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Para combater a transmissão da doença, a Semsa escolheu o mês de julho para intensificar campanhas de conscientização e prevenção da hepatite, o “Julho Amarelo”.


O que é a hepatite?

A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas.


As hepatites virais podem ser transmitidas pelo contágio fecal-oral, especialmente em locais com condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos.


A doença tem vários tipos e cada um apresenta características específicas, sendo os tipos A, B, C, D e E. Quando se fala dos tipos B e C, a transmissão pode acontecer por meio de relação sexual desprotegida, contato com sangue contaminado, do compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos perfurocortantes, além da mãe para o filho durante a gravidez (transmissão vertical), e por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados.


Quando se fala na hepatite do tipo D é importante salientar que ela só vai acometer as pessoas que já tem a hepatite B.


Já a hepatite E, não é tão comum na Região Norte, e semelhante à hepatite A, ela também é transmitida por via fecal-oral – que é quando a pessoa consome água ou alimentos contaminados.


Prevenções:


Hepatite A

A vacina contra a hepatite A é altamente eficaz e segura e é a principal medida de prevenção;

lavar as mãos com frequência, especialmente após o uso do sanitário, troca de fraldas, e antes do preparo de alimentos;

utilizar água tratada, clorada ou fervida para lavar os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;

cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos-do-mar e peixes;

lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;

usar instalações sanitárias;

no caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tais como a desinfecção de objetos, bancadas e chão, utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária;

não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto;

evitar a construção de fossas próximo a poços e nascentes de rios;

usar preservativos e higienizar as mãos, genitália, períneo e região anal, antes e após as relações sexuais.


Hepatite B

A vacina também é a principal medida de prevenção contra a hepatite B, sendo extremamente eficaz e segura;

usar preservativo em todas as relações sexuais;

não compartilhar objetos de uso pessoal, tais como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, confecção de tatuagem e colocação de piercings;

a testagem das mulheres grávidas ou com intenção de engravidar também é fundamental.


Hepatite C

Não existe vacina contra a hepatite C. Para evitar a infecção, é importante não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue;

usar preservativo nas relações sexuais;

toda mulher grávida precisa fazer no pré-natal os exames para detectar as hepatites B e C, HIV e sífilis. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. O tratamento da hepatite C não está indicado para gestantes, mas após o parto a mulher deverá ser tratada.


Hepatite D

A hepatite D ocorre em pacientes infectados com o tipo B, portanto, a vacina contra a hepatite B protege contra o tipo D também.

Hepatite E

A melhor forma de evitar a doença é melhorando as condições de saneamento básico e de higiene, tais como as medidas para prevenir a hepatite do tipo A.

Ações da Semsa em Manaus

A técnica da gerência de Vigilância Epidemiológica da Semsa, enfermeira Ana Elis Guimarães, alerta sobre o contágio, prevenção e principalmente tratamento da doença, evitando, assim, que mais pessoas entrem na fila de transplante de fígado no país.


“Para quem não sabe, boa parte das pessoas que estão na fila de transplante de fígado no Brasil, é por causa das hepatites. Então, para evitar chegar nesse ponto, é necessário fazer o tratamento. E a hepatite C, que é uma das que mais evolui para óbito na nossa região, tem cura, e o tratamento dura cerca de 12 semanas. Portanto, é possível conseguir erradicar essa infecção, por isso, a informação é fundamental”, disse a enfermeira.

Durante todo o decorrer do ano, mais de 190 unidades de saúde funcionam em todas as zonas de Manaus fazendo a testagem rápida.


Conforme os dados da Semsa, dos 576 casos de hepatites B, C e D notificados no ano passado em Manaus, 76% correspondem a usuários com idade a partir dos 40 anos – faixa etária em que há maior possibilidade de evolução para a doença crônica e agravamento.


Além das hepatites B, C e D, Manaus registra casos de hepatite A, com três casos notificados neste ano.

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