“Um terço da economia de Maués gira em torno da cultura do guaraná”. É o que afirmou o prefeito do município do interior do interior do Amazonas, Júnior Leite (PSD), nesta sexta-feira (29), um dia após a publicação do decreto que zera o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos concentrados de refrigerante.
“Funcionários que estão na fazendo ou na indústria de concentrados sediada no município ou nos muitos produtores de guaraná que têm o maior vínculo com a garantia desse produto ser vendido direto para o Polo de Concentrados”, afirmou o prefeito em entrevista à Rádio Band News.
Conforme o prefeito, a decisão assinada pelo presidente Jair Bolsonaro atinge gerará um efeito em cadeia na redução de arrecadação do 6º município mais populoso do Amazonas, com mais de 72 mil habitantes, mas também em Presidente Figueiredo, Urucará, e alguns produtores de Rio Preto da Eva.
“Cada ataque que a gente sofre nos leva a vislumbrar um cenário e nos preocupar com o que aconteceu com o nosso vizinho, o Pará, Maués é vizinha do Para e a gente vê a diferença tanto dos meios de produção quanto da relação das pessoas com o meio ambiente e a floresta e o que aconteceu com a devastação do nosso vizinho”,
Sidney defendeu que a redução do IPI, ao contrário do que defende o governo federal, não estimulará a indústria nacional, mas sim irá beneficiar outros países. Na última redução da alíquota, por exemplo, a Coca-Cola ameaçou sair do Brasil, caso a medida não fosse revogada.
O IPI menor deve refletir ainda na redução dos repasses federais para estados e municípios já que 50% do recolhimento é direcionado para o Fundo de Participação dos Municípios.
“É uma reação em cadeia. A pobreza quando bate na porta, não pede licença e ela vem nesse efeito domino. E num município interiorano, um golpe como esse é mortal. Levará anos, uma geração talvez, para recuperar e achar um novo modelo”, prospectou o prefeito destacando ainda o investimento que foi feito na produção de guaraná para aumento da área de plantio.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), colocam o Amazonas como líder na comercialização do guaraná, e Maués ganha destaque nessa produção com quase 20 mil toneladas do produto colhidas anualmente pelos produtores do município do baixo Amazonas, conhecido como a Terra do Guaraná.
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