O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), iniciou nesta semana um ciclo de treinamento para equipes de saúde que realizarão transplantes de rim no Amazonas.
A capacitação será ministrada por profissionais do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para o corpo técnico do Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz, unidade de saúde onde será ofertado o procedimento. O transplante renal voltará a ser um serviço disponibilizado na rede pública do Amazonas depois de quatro anos. Em 2018, ano em que o serviço foi paralisado, o tipo de modalidade estava ativo somente em unidade de saúde particular conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Com a reativação do transplante, o Governo do Estado inova ao lançar o serviço integralmente pela rede pública. De acordo com o secretário de Saúde do Amazonas, Anoar Samad, a previsão é implementar o transplante de rim na estrutura da rede estadual no primeiro semestre de 2023.
As etapas para o serviço incluem a capacitação teórica e prática da equipe a partir dos conhecimentos técnicos repassados pelos profissionais do Hospital Albert Einstein. “Os transplantes eram realizados antes em uma clínica particular e foram interrompidos. Era um sonho da sociedade amazonense que os transplantes renais, hepáticos, comecem a ser realizados aqui no Amazonas novamente. Imagina o que é um Tratamento Fora de Domicílio (TFD) e a diferença de você estar aqui com a sua família, no recanto da sua casa, sendo acompanhado, não precisando se locomover”, destacou o secretário de Saúde do Amazonas, Anoar Samad.
Na terça-feira (25/10), um grupo de trabalho da SES-AM e do Albert Einstein visitou a unidade de saúde localizada na avenida Torquato Tapajós, zona norte de Manaus. A vistoria teve o objetivo de avaliar os recursos disponíveis no hospital, bem como um levantamento das necessidades para a implementação do serviço.
O secretário de saúde acrescentou, ainda, que a Secretaria de Saúde vem se mobilizando para a realização de transplantes hepáticos a partir do ano que vem. O procedimento também estava interrompido no Amazonas, e desde 2015 pacientes que precisavam de um novo fígado conseguiam o atendimento apenas por TFD, ou seja, sendo encaminhados para o transplante em outro estado. “A gente começa com o transplante renal, mas a equipe de transplante hepático também está buscando essa tutoria junto ao Einstein para que no final do ano que vem, ou em 2024, a gente realize os transplantes hepáticos. A partir daí vai ficando automático e creio que a médio prazo a gente já consiga um serviço estruturado no Amazonas especialmente pelo SUS”, afirmou o secretário.
Segundo o coordenador da Gerência de Transplantes da SES-AM, Marcos Lins, há uma demanda para transplante de rim, fígado, pulmão, coração e medula óssea no Amazonas. Ele explica que somente o transplante de córnea é disponibilizado pela rede pública em duas clínicas conveniadas ao SUS. Ele afirma que por ser de alta complexidade, o serviço representa um avanço para a saúde do Amazonas. “O transplante é quando o paciente tem alguma insuficiência de algum órgão específico, então insuficiência renal, insuficiência do fígado, do coração, pulmão, então nenhum tratamento cirúrgico é capaz de sanar esse problema, então o órgão é preciso ser trocado por um novo”, afirmou Marcos Lins.
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