Entidades que representam o setor de prestação de serviços médicos preveem reajuste nos planos médicos individuais em até 16,3%. Caso se confirme, o aumento será o maior registrado na série histórica desde o ano 2000, com maior índice de 13,57%, verificado em 2016. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que autoriza o reajuste, afirma que está em fase de cálculos para a definição do novo percentual.
A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) estima que o percentual de reajuste a ser aplicado em 2022 seja próximo a 16,3%. Conforme a entidade, a previsão utiliza como base dados fornecidos pela ANS como fórmula definida na regulação e em dados públicos disponíveis, que consideram, dentre outros fatores, a variação das despesas médico-hospitalares dos dois últimos anos.
“Fatores que impactaram foram a inflação mundial de insumos (materiais, equipamentos e medicamentos) e a alta exponencial do dólar, moeda atrelada a grande parte dos insumos médico-hospitalares utilizados no Brasil”, informou a associação.
Segundo a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), a estimativa de aumento para 2022 é de 15,7%. A federação afirma que o cálculo considera prioritariamente a variação das despesas assistenciais com atendimento aos beneficiários de planos de saúde, a variação por faixa etária e a eficiência da operadora – sob peso de 80% – e, também, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que incide sobre custos de outra natureza, como despesas administrativas, dados disponibilizados pelo sistema da ANS (até o quarto trimestre de 2021).
Conforme o sistema da ANS, no Amazonas, um total de 579.639 pessoas são beneficiárias de planos de saúde individuais e deverão ter os planos reajustados.
Reajuste negativo em 2021
No último ano, a taxa de reajuste estabelecida pela ANS foi negativa em 8,19%. Enquanto em 2020 houve aumento de 8,14%. Na análise da Abramge, o reajuste negativo refletiu a redução das despesas médico-hospitalares ao longo de 2020 decorrentes de adiamento dos procedimentos eletivos, gerado pelo distanciamento social logo no início da pandemia.
“Agora, em 2021, as despesas superaram e muito as de 2020, como resultado da elevada taxa de ocupação hospitalar ocasionada por dois principais motivos: a retomada dos atendimentos adiados no ano anterior e a segunda onda da covid-19, muito maior do que a primeira”, informou a Abramge.
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