No início desse mês uma arquiteta e urbanista do Rio Grande do Sul teve seu registro suspenso por seis meses após apresentar Registros de responsabilidades técnicas (RRT) fraudados. O conselho de arquitetura e urbanismo (CAU) se pronunciou falando sobre os riscos que os mais de 60 documentos fraudados podem ocasionar em obras executadas, além de trazer risco à segurança da população.
“Deixar de observar as normas legais e técnicas pertinentes na execução de atividades de arquitetura e urbanismo, pode trazer risco para o desenvolvimento da obra, atrasando construções, além de afetar a segurança dos operários, meio ambiente e população.” Afirmou o Presidente do CAU/RS, Tiago Holzmann.
Para a arquiteta e urbanista, Melissa Toledo, que atualmente atua em consultorias de viabilidade de projetos, a RRT tem a importância da responsabilidade técnica profissional. É uma ferramenta que não se deve abrir mão, pois além de comprovar o seu acervo técnico e a sua experiência, mostra que o arquiteto está atendendo as normas técnicas e éticas quanto profissional.
“O RRT é um instrumento de importância tanto para o cliente quanto para o profissional. Da ótica do cliente é importante que ele saiba que tem um profissional que esteja desenvolvendo um projeto, consultoria ou estudo técnico de impacto de vizinhança, que atende os critérios exigidos e que não causem assim um embargo em sua obra.” Afirmou Melissa.
Responsável por mais de 30 estudos de impacto de vizinhança e consultora de diversos projetos de centros comerciais, dentre outros, Melissa destaca como o papel do arquiteto e urbanista é necessário para viabilizar obras que contém alguma dificuldade para se desenvolver.
Foi o caso do Centro Comercial Vieira, na Av. Djalma Batista, ao lado do Shopping Plaza, que o lote era de uso residencial e a arquiteta viabilizou a alteração de uso e o desmembramento e remembramento de lotes, para o centro comercial não fazer mais parte do condomínio que fica ao lado.
“Esse projeto tem mais de sete anos e atualmente o proprietário já desconfigurou a obra com acréscimos dentre outras coisas. O projeto é de minha responsabilidade, mas que tem o dono como co-responsável pela manutenção e seguindo dentro da ética estipulada na construção da obra.” Enfatizou a arquiteta.
Outro empreendimento que passou pelas mãos da arquiteta foi da Livraria Saber, localizada na Saldanha Marinho. A principio seria uma obra de restauração e por estar localizada no Centro Histórico seria necessário passar pela aprovação do IPHAN- Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
“Quando o cliente viu que seria necessário restaurar, ele percebeu que não teria verba e então explicando todas as normatizações técnicas necessárias, entramos no consenso de que o mais viável seria fazer uma adequação e conservação de tipologia.” Informou Melissa.
As cerâmicas que foram perdidas nesse empreendimento foi feito um trabalho de supressão de argamassa, mas antes foi feito um trabalho de isolamento para não comprometer o espaço. Houve uma obra de adequação no seu interior, mas tudo dentro da legislação e acompanhado pela aprovação do IPHAN e da Prefeitura.
Tornando assim o papel do arquiteto e urbanista de suma importância para o desenvolvimento econômico, mas mantendo a conservação patrimonial histórica.
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