De um simples negócio cuja proposta inicial era a produção do frango de corte em um terreno localizado no bairro Petrópolis, zona Sul de Manaus, – onde funcionava a antiga Granja Santa Marta, há quase 40 anos – à referência no mercado da avicultura de postura, com expansão pela área do Distrito Agropecuário da Suframa (DAS) e adjacências, a Suframa conheceu, nesta quinta-feira (2), os novos investimentos do Grupo São Pedro, na Amazônia. O objetivo da Autarquia com esse tipo de ação, segundo o superintendente Bosco Saraiva, é estreitar as relações com o agronegócio e fomentar novas oportunidades de emprego e renda para um setor praticamente esquecido do tripé Indústria/Comércio/Agropecuária, da Zona Franca de Manaus (ZFM), nos últimos anos.
A visita foi chefiada pelo próprio superintendente e durou cerca de seis horas, num percurso de 69 quilômetros de estrada, cumprido por ele e equipe técnica na BR-174, rodovia que liga Manaus ao município de Presidente Figueiredo. “Empreendimentos como este, de negócios gerados no setor agropecuário da Suframa, não receberam o devido reconhecimento nos últimos anos. Além de não ter crescido nas mesmas proporções que a indústria, o DAS enfrentou uma série de problemas, e as ocupações irregulares de terras está entre eles. Por isso, é importante esse tipo de visita, tanto para divulgar as potencialidades de produção e fomentar novos negócios em áreas como agroindústria e bioeconomia, quanto para criar oportunidades de emprego e renda para nossa gente”, frisou Bosco Saraiva.
A primeira parada foi no quilômetro 3, onde funciona o Centro de Produção de Ovos (CPO). O complexo foi construído há seis anos e, além de empregar quase 60 pessoas, tem como referência a máquina holandesa Moba, responsável em fazer a inspeção, mostragem e classificação dos produtos. “A Moba veio de um país que está em primeiro lugar em tecnologia de maquinários para esse tipo de negócio. Supera, inclusive, países como Estados Unidos e Japão”, informou o engenheiro civil itacoatiarense e proprietário do empreendimento, Francisco Helder de Oliveira Peixoto.
Nas mesma área, o grupo conheceu a fábrica de rações, utilizadas nas etapas inicial, de crescimento e postura das galinhas. Ao todo, são produzidos 32 tipos de ração para atender a diversas espécies, com extensão para a linha pet e para o gado.
Outra novidade está na área da metalurgia. O grupo tem feito investimentos ligados à construção civil e atendido aos mercados nacional e internacional, com fabricação de telhas, pregos, arames farpados, estrutura de colunas, estribos e outros.
Mais à frente, no quilômetro 8, foi apresentado o Incubatório onde são produzidos os ovos férteis e criadas as condições necessárias para que sejam tranformados em pintos.
Chegando ao quilômetro 23, com mais 4 quilômetros de ramal a dentro, os visitantes conheceram o processo da bovinocultura genética, cujo trabalho é feito in vitro e prioriza a qualidade dos animais de ponta, melhorados geneticamente para produção de leite e de carne, das raças gir leiteiro, girolando e nelore. A atividade envolve mais de 400 cabeças de gado.
No quilômetro 30, já dentro da área do DAS, a visita percorreu os galpões onde ocorre o acompanhamento de evolução das galinhas, que é dividido nas fases pré-inicial (até 42 dias), crescimento (de 42 a 105 dias) e postura, quando começa a produção de ovos propriamente dita. Atualmente, o investimento abrange um total de 1,3 milhão de bicos.
Laranjas
O percurso de visitas, cumprido em torno de um empreendimento que possui um portfólio de quase 240 itens e que emprega pouco mais de 2 mil pessoas, foi finalizado no quilômetro 69, mais precisamente numa área de 400 hectares, onde é executado o projeto de produção de laranjas.
Somada à plantação e cultivo da fruta, o trabalho no laranjal está centrado na lavagem e classificação do produto. Parte é encaminhada para o mercado consumidor e a outra será aproveitada na fábrica de suco, a ser construída em breve, no quilômetro 3, da BR-174. “Vocês vieram fazer essa visita técnica em pleno feriado, e quero agradecê-los por isso, pois conheceram um projeto que tem como mentor, o senhor Raimundo Valdelino Cavalcante (sócio). Sozinho, ninguém faz nada. Hoje, a gente sente que há uma interação maior com a Suframa, o que é relevante para o meio, haja vista que poucos superintendentes vieram aqui para conhecer e acompanhar nossos negócios”, salientou Francisco Helder de Oliveira Peixoto, mais conhecido no agronegócio como Chicão, de 71 anos.
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