Com a assinatura do decreto que cria escolas cívicos-militares no Amazonas, pelo governador Wilson Lima (UB), em fevereiro deste ano, a direita avança mais uma casa pela defesa da militarização das escolas. O projeto é de autoria da deputada bolsonarista Débora Menezes (PL).
O estado possui, atualmente, sete escolas neste modelo, sendo seis em Manaus e uma no município de Tabatinga. Essas escolas, segundo a deputada, tiveram resultados muito positivos, como a melhoria do desempenho escolar e também o processo de aprendizado dos estudantes deu um grande salto, provando a sua eficácia.
“Esse é um programa, de fato, muito exitoso e agora ele passa a se tornar uma realidade aqui no Estado de forma permanente. Vamos continuar trabalhando não apenas pela continuidade deste projeto, mas para expandir para outras áreas que precisam”, disse a parlamentar.
A pauta da militarização das escolas é defendida pela bancada da direita, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que, durante a gestão, pregou o discurso militar, direito de posse de armas e redução da maioridade penal.
Alfredo Menezes, pai de Débora Menezes e amigo próximo de Bolsonaro, disse que a direita sempre valorizou a meritocracia, a disciplina, a família, patriotismo, empreendedorismo e a mobilidade social. “As escolas militares sempre foram referência de educação de qualidade e alta performance [..] além de serem referências internacionais”, afirmou Menezes.
O pré-candidato a prefeito de Manaus, Capitão Alberto Neto (PL), agradeceu ao governador Wilson Lima e à colega de partido. As escolas cívico-militares estão fazendo um bom trabalho e nós temos números em relação a isso. Em 2020, fiz essa proposta para criar as escolas cívicos-militares municipais, que já são uma realidade em todo o Brasil”, disse.
Esquerda discorda
O cientista político e advogado Carlos Santiago disse em entrevista, que o debate sobre o assunto é uma grande bobagem. “A partir dos números que foram publicados pelo exame internacional, que avalia a educação básica dos países (PISA), que colocou o ensino brasileiro como um dos piores do mundo, mostra que é uma grande bobagem esse debate. O que o Brasil precisa é melhorar a qualidade da educação”, afirmou.
A professora da rede pública de ensino, Marilena Vasques, que é do Partido dos Trabalhadores (PT), avalia que no modelo de escola as pessoas ficam presas nas suas ideias.
“Por trás, tem vários outros comandos e pessoas que influenciam nisso (pensamento), principalmente, esses governos regidos por religiões, ultraconservadores que podem, de alguma forma, interferir nesse processo educacional. Eu não sou a favor, sou a favor da escola pública a todos”, disse Marilena.
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