A Câmara Municipal de Manaus (CMM) realizou, nesta segunda-feira (15/05), uma Cessão de Tempo sobre os subsídios da Prefeitura de Manaus para o sistema de transporte coletivo da capital. A explanação aos vereadores da Casa foi feita pelo diretor-presidente do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), Paulo Henrique Martins, que confirmou a necessidade de reajuste da tarifa, congelada desde 2017.
Na sessão, presidida pelo presidente da CMM, vereador Caio André (PSC), o gestor apresentou, por 15 minutos, dados relativos aos custos da Prefeitura de Manaus com o transporte de passageiros. Na concessão municipal, o sistema conta com sete empresas e uma frota operante de mais de 1,1 mil veículos.
“O presidente veio tratar de diversos assuntos, inclusive essa questão, que é premente, que é a possibilidade do aumento da passagem do transporte coletivo. É algo que precisa ser discutido aqui na Casa, nós ouvimos com atenção, recebemos as informações e agora iremos analisar”, afirmou Caio André.
No ano de 2022, conforme dados do IMMU, mais de 12 milhões de pessoas utilizaram o transporte coletivo na capital. No entanto, segundo o diretor do órgão, a situação financeira entre arrecadação do sistema e o subsídio da Prefeitura de Manaus nos últimos anos tem se tornado inviável, afetada por fatores como o aumento no preço do combustível e nos salários de trabalhadores.
De acordo com Paulo Henrique Martins, o reajuste no valor da tarifa está congelado desde 2017, porém, em 2022 o valor mensal do subsídio da Prefeitura de Manaus alcançou uma média de R$ 33 milhões, enquanto o custo do sistema estava em torno de R$ 67 milhões mensalmente.
Cobrando um reajuste de 12% no salário, os rodoviários anunciaram greve no sistema para a próxima quarta-feira (17/05). Até o momento, segundo Martins, não houve acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), e o diretor destacou a importância de apresentar os dados para a Câmara Municipal.
“A Prefeitura está discutindo a proposta de como obter o recurso para cobrir, porque a Prefeitura não tem esse recurso, nem orçamentariamente e nem previsão de arrecadação maior que possa cobrir. A Secretaria de Finanças (Semef) está avaliando e o prefeito deve se debruçar sobre esse tema de hoje até quarta-feira”, destacou o gestor.
Membro da 8ª Comissão de Transporte, Mobilidade Urbana e Acessibilidade da CMM, o vereador Elissandro Bessa (Solidariedade) afirmou que a Câmara Municipal acompanhará de perto o problema apresentado pelo IMMU.
“É muito importante a presença do presidente do IMMU aqui, dando uma satisfação e abrindo os custos do sistema. Nós aqui na Câmara vamos cobrar e fiscalizar. Estamos aqui atentos e acompanharemos de perto a possibilidade dessa greve”, afirmou Bessa.
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