Começou para valer na última terça-feira (29) a corrida pela presidência da Câmara Municipal de Manaus (CMM) para o biênio 2025-2026. E o primeiro a se movimentar foi o ex-presidente David Reis (Avante), que deixou o cargo em 2023 depois de fazer uma gestão muito contestada e cheia de denúncias de corrupção. Ele circulava ontem pelos corredores da Casa com uma lista que já tinha a assinatura de 10 colegas que o apoiariam para voltar ao cargo. Entre eles estaria o atual líder do prefeito, Eduardo Alfaia (Avante), outro nome bastante cotado para ascender. Nenhum nome da oposição se lançou até agora. Outros dois vereadores governistas estão cotados, Elan Alencar (DC) e o também ex-presidente Joelson Silva (Avante).
Conta a favor de Reis a simpatia do prefeito e do grupo que o cerca, que inclui seu pai, o secretário de Limpeza Pública Sabá Reis. David Almeida estaria inclinado a devolver a presidência da CMM ao aliado para compensar o fato de não ter indicado seu genitor para vice de Wilson Lima (União Brasil) em 2022, quando o escolhido foi Tadeu de Souza. Contra essa candidatura pesa justamente o histórico na gestão anterior, muito mal avaliada pela população. Graças a isso, Amom Mandel (Cidadania), principal opositor dela dentro do Parlamento, elegeu-se o deputado federal mais votado da história, com mais de 288 mil votos, ao passo em que o próprio vereador presidente ficou pelo caminho na disputa por uma vaga em Brasília, com pouco mais de 66 mil votos.
O grupo do prefeito tem simpatia pelo líder Eduardo Alfaia, mas este, conciliador, estaria inclinado a seguir sem contestação a indicação do prefeito. E assinou a lista de Reis por entender que essa era a vontade de Almeida. Já Joelson não colocou sua assinatura no documento e está aguardando uma conversa com o líder. Conta a favor destes dois nomes a vontade dos líderes evangélicos de eleger um presidente ligado a eles. Os dois são apoiados pelos dois principais ramos da Assembleia de Deus em Manaus.
Corre por fora Elan Alencar, que tem a seu favor o “sacrifício” feito na eleição passada para a Mesa. Ele aceitou ser o candidato de David Almeida, depois que a grande maioria dos vereadores rejeitou a reeleição de David Reis. Também àquela altura este último tentou se manter fazendo uma lista de apoio, que teve a assinatura de apenas 11 vereadores. Por causa disso se retirou da disputa. O candidato governista perdeu o pleito por dois votos de diferença para o atual presidente, Caio André (União Brasil).
O grupo de oposição está enfraquecido pelo resultado da eleição. Embora teoricamente sejam maioria, eles já enfrentam defecções. E não têm um nome de consenso, já que o próprio Caio André não conseguiu se reeleger. Foi o primeiro presidente da história não reeleito.
O prefeito terá a decisão final sobre o novo presidente. E aparenta não ter pressa para decidir.
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