ARTIGO DA SEMANA : Um projeto de cidade

Na minha humilde opinião, a prefeitura precisa iniciar urgentemente discussões em plenárias distritais para a revisão do Plano Diretor de Manaus. Teremos eleições em 2024, e esse momento é fundamental para pensar a cidade que vamos ter nos próximos 10 anos. Não se trata apenas dessa gestão. É um plano para o futuro da cidade que queremos e merecemos ter.

Infelizmente, nem todo mundo compreende a importância desse momento. Repensar o Plano Diretor é uma forma de repensar a cidade, de sugerir mudanças, de enxergar além da zona urbana e dar nova cara para o que já conhecemos. Cidades evoluem, mudam, avançam conforme a necessidade da população. E já passou da hora de discutirmos isso aqui em Manaus. Precisamos de um projeto de cidade.

Por exemplo, é necessário, urgentemente, repensar nosso centro da cidade, rever o uso de carros nas ruas e avenidas, melhorar a mobilidade. Defendo o conceito de cidade shopping, com tantas lojas a céu aberto nas avenidas Eduardo Ribeiro e Sete de Setembro. Para tanto, esses locais precisam de mais iluminação, de calçadas amplas e melhores, com acessibilidade, onde as pessoas possam caminhar com segurança. Já escrevi que carro não compra em loja. Portanto, passou da hora de priorizar e respeitar os pedestres, com vias espaçosas, agradáveis, limpas e seguras.

Precisamos em Manaus, de projetos especiais. De mais incentivo para a iniciativa privada fazer bem-feitorias em áreas públicas. Imagina a Prefeitura falar: “Vai construir aqui nesse bairro? Então você precisa requalificar essa praça. Fazer passeios com acessibilidade, melhorar o entorno”. Isso, em troca de algum benefício, é claro. É preciso chamar a iniciativa privada como parceira. O poder público não pode ter medo do empresário e nem achar que é dependente dele. Todos estamos juntos, vivendo a cidade.

Outra ação que vejo para esse projeto de cidade é ofertar mais lazer. Um parque na zona leste é esperado para os próximos meses, o que é ótimo. Mas também acesso a shows, espetáculos, feiras, música e arte em toda parte. Por que a Praça da Saudade não tem movimento após as 18h? Ali, pelo menos de sexta a domingo, deveria ter atrações permanentes, uma agenda de atrações diversificadas para toda a população.

As pessoas precisam compreender que a cidade é feita por e para todos nós. Ela não tem dono. Não é do prefeito, dos vereadores, desse ou daquele grupo político. A cidade é de todos nós, é das pessoas que nelas vivem. E é para nós, cidadãos e cidadãs que os políticos eleitos trabalham. Quando as pessoas se afastam ou não se interessam por política, os políticos profissionais adoram. É preciso conversar, debater e sobretudo participar da vida política.

O pensador alemão considerado um dos fundadores da Sociologia, Max Weber, afirmou que não vale a pena viver da política, vale a pena viver para a política. Conheço muitos que fazem de tudo para viver só de política e não para a política.

Esses são capazes de qualquer coisa para ganhar uma eleição e não ficarem desempregados. Não estão nem aí para a cidade, porque só ligam para não perder o voto. E é esse um dos males

que mais provocam o atraso do município.

Chega disso! Por um novo projeto de cidade!